quarta-feira, 4 de novembro de 2015

MARACATU É RESISTÊNCIA! - alunos do Semente apresentam seminário sobre o Maracatu

Dando continuidade ao ciclo de seminários de 2015, no núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo Semente do Jogo de Angola, segunda-feira (26/10) foi dia de conhecermos um pouco mais sobre o Maracatu. O seminário foi apresentado pela aluna Juliane e pelo Cláudio.

Foto: Nayla/Semente do Jogo de Angola

Antes de começar a falar sobre o Maracatu, a dupla ressaltou que “todo brasileiro traz em si o índio, o negro e o branco” e afirmou que, na base do Maracatu há uma tríade cultural, com elementos trazidos pelos negros, pelos índios e pelos brancos. Entre as versões existentes para a origem da manifestação, algumas apontam que há uma contribuição maior do negro, enquanto outras apontam que a contribuição do índio é maior.

Foto: Nayla/Semente do Jogo de Angola

Tradicionalmente, o Maracatu é um cortejo. Há várias definições da palavra Maracatu. Uma delas aponta que é a junção de "maraca" (instrumento de percussão) e "catu" (que significa "bom", em  Tupi). Os dois falaram um pouco sobre dois tipos de Maracatu: o Maracatu Nação, conhecido também como Maracatu de Baque Virado, e o Maracatu Rural, também conhecido como Maracatu de Baque Solto. Citaram também o Maracatu Cearense. 

Maracatu de Baque Solto - Foto: Jan Ribeiro/Pref.Olinda


Maracatu de Baque Virado - Foto: Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu 1824/Facebook

Assistimos ao documentário Maracatu de Baque Solto, onde, além de diversas outras informações valiosas, vimos que, antigamente, mulheres não participavam do Maracatu, mas que hoje há grupos formados apenas por mulheres. Vimos também que a religiosidade é muito presente no Maracatu e que existe toda uma preparação antes da "brincadeira". Entre outros elementos, a religiosidade também se manifesta por meio da Calunga, uma boneca que é tida como representação das divindades que protegem o Maracatu, sendo que, em alguns casos, ela é cultuada como a própria divindade. A preparação e a condução da Calunga envolvem fundamento e tradição.

Diversos personagens integram o Maracatu: rei, rainha, figuras da corte, dama do paço (que carrega a Calunga), caboclo de lança, entre outros. Eles aparecem de maneiras diferentes e têm importâncias diferentes, de acordo com o tipo de Maracatu.

Foto: Nayla/Semente do Jogo de Angola
Sobre o caráter de resistência do Maracatu, a Juliane e o Cláudio citaram que a manifestação traz muito do sincretismo religioso, tendo sido usado como forma de se cultivar entidades próprias, "driblando" a repressão e a imposição da religião seguida pelos europeus. Os dois lembraram ainda que a dominação dos portugueses buscou reduzir o Maracatu e toda a sua dimensão para transformá-lo em apenas um folguedo. "O Maracatu sofreu muita repressão. Um jeito de controlar a força dele foi colocá-lo como parte do Carnaval, minimizando o caráter religioso, que nunca deixou de existir para aqueles que cultivam a tradição. Assim como diversas outras tradições, ele foi reduzido a um folclore, aos olhos da sociedade". 

Foto: Nayla/Semente do Jogo de Angola
Entre dados históricos e reflexões, outros alunos e visitantes também participaram da apresentação. Ao falar sobre a relação do negro com o tambor, a Dona Elza disse: “durante a escravidão, o tambor era um jeito de o negro gritar e suportar a dor, a violência. Hoje, o tambor é uma forma de o negro dizer ‘sobrevivi a tudo isso’. Os negros não permitiram que o grito deles fosse abafado”.  

Foto: Nayla/Semente do Jogo de Angola

Para finalizar o seminário, a Juliane e o Cláudio explicaram que, atualmente, há grupos de Maracatu que têm como foco a tradição e outros que estão mais voltados para a diversão. Hoje em dia, tem Maracatu no mundo inteiro, mas houve diversas modificações. A dupla ressaltou que a Nação Zumbi e outras bandas são grupos apenas musicais de Maracatu. "Foram muito importantes para divulgar e resgatar a manifestação, mas é necessário diferenciar". 

Existe uma preocupação em não descaracterizar totalmente o Maracatu, mas, para isso, é preciso buscar na fonte. "A pesquisa é importante, mas, assim como na Capoeira, quem tem autoridade para falar do Maracatu são os mestres. É necessário consultar e valorizar os mestres", encerraram. 

SEMINÁRIOS NO SEMENTE DO JOGO DE ANGOLA

Os seminários foram incorporados às atividades do Semente do Jogo de Angola pelo Mestre Jogo de Dentro, fundador do grupo. O Contramestre Formigão costuma dizer que a preocupação do Mestre Jogo de Dentro não é formar capoeiristas, mas sim informá-los.


O objetivo dos seminários é incentivar os alunos do grupo a ampliarem seu conhecimento a respeito da Capoeira e das manifestações culturais de origens semelhantes. Com isso, os alunos também passam a valorizar mais a Capoeira e a importância de preservar os fundamentos. 


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Domingo de Roda e Samba no Semente!

Para fechar a semana com chave de ouro, neste domingo (25/10), vamos curtir uma tarde gostosa no espaço Olorum, do núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo de Semente do Jogo de Angola, com Roda de Capoeira e Samba de Roda! Vem participar também! 



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sábado, 17 de outubro de 2015

“SOU EU MACULELÊ, SOU EU” - seminário sobre a história e a tradição do Maculelê

Na última quarta-feira (14), rolou um belo seminário sobre o Maculelê no núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo de Capoeira Semente do Jogo de Angola, sob a supervisão do Contramestre Fábio Formigão. A atividade é realizada mensalmente, com o objetivo de ampliar o conhecimento dos alunos a respeito da Capoeira e de outras manifestações culturais de grande valor.

Davi e seu Cláudio apresentam o seminário
O tema do seminário, apresentado pelos alunos Davi e Cláudio, foi o Maculelê. Com fotos e vídeos, eles contaram um pouco sobre a história da dança, desde a sua origem, para a qual existem diversas versões. Uma dessas versões aponta que o nome dança, que simula uma luta tribal, vem da expressão “vamos esperar os Macuas (tribo) a lelê (pedaço de pau)”. Ao longo do tempo, a frase teria sofrido reduções e virado “maculelê”. Diante da incerteza sobre a real origem do Maculelê, alguns historiadores afirmam que ele é uma manifestação afro-indígena.


Dança do Maculelê

O responsável pelo resgate, organização, preservação e disseminação do Maculelê foi Paulino Almeida de Andrade, o Mestre Popó, de Santo Amaro da Purificação (BA). A partir das lembranças do que seus ancestrais faziam, ele, de certa forma, recriou o Maculelê e lutou para manter viva a sua cultura. O resgate se deu paralelamente à organização da dança, da instrumentação, da musicalidade, da indumentária e da pintura facial.

Mestre Popó

Dança: a dança representa uma luta tribal. O mestre do Maculelê carrega uma grima (bastão de madeira) e representa o herói guerreiro da aldeia. Ele fica no meio do círculo, ou semi-círculo, e escolhe um dos demais participantes para dançar no centro, simulando uma luta. Esses outros participantes carregam duas grimas nas mãos e representam a tribo rival. O bailado dos pés e as batidas das grimas têm seu fundamento. Mestre Popó dizia que o Maculelê foi uma luta transformada em dança, mas nunca foi um jogo.

Grimas

Musicalidade: assim como na Capoeira, cada música tem seu significado específico e momento certo para ser cantada. Há cantos de saudação, de chegança, de despedida, entre outros. Os ritmos e canções trazem influência musical do Candomblé, devido à bagagem cultural do Mestre Popó. O Maculelê tradicional é feito com atabaques, caxixi, xequerê e agogô.


O Maculelê e a Capoeira


Apesar de Mestre Popó também ter sido mestre de Capoeira, as duas culturas não se misturam. Não há movimentos de Capoeira dentro do Maculelê e nem movimentos do Maculelê dentro da Capoeira.

Mestre Bimba

A associação entre as duas culturas se deu por meio do Mestre Bimba. Ele, que vivenciou o Maculelê, incentivou a prática entre seus alunos de Capoeira para aumentar a destreza e o condicionamento físico deles. Em diversos grupos, a Capoeira e o Maculelê são praticados paralelamente.  


Preservação


A família do Mestre Popó deu continuidade à tradição e, até hoje, luta para preservar os fundamentos e as características do Maculelê, que tem sido alterado por muitos praticantes ao longo do tempo, se distanciando de sua raiz. No documentário “A Verdadeira História do Maculelê”, dirigido por Almir Nascimento, a professora e historiadora Zilda Paim diz que Mestre Popó chorava quando ouvia dizer que o Maculelê estava sendo feito com facão. “Nunca teve facão”, afirmou Zilda.


SEMINÁRIOS NO GRUPO SEMENTE DO JOGO DE ANGOLA

Os seminários foram incorporados às atividades do Semente do Jogo de Angola pelo Mestre Jogo de Dentro, fundador do grupo. O Contramestre Formigão costuma dizer que a preocupação do Mestre Jogo de Dentro não é formar capoeiristas, mas sim informá-los.


O objetivo dos seminários é incentivar os alunos do grupo a ampliarem seu conhecimento a respeito da Capoeira e das manifestações culturais de origens semelhantes. Com isso, os alunos também passam a valorizar mais a Capoeira e a importância de preservar os fundamentos. 










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Sarau da Madrugada de Outubro - tem dia que o pouco é muito!

A edição de outubro do Sarau da Madrugada rolou no dia 9, no espaço Olorum, casa do núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo de Capoeira Semente do Jogo de Angola. A noite estava gostosa e nos fez lembrar daquela máxima de que "mais importante que a quantidade é a qualidade". Comentando sobre o sarau, o Contramestre Fábio Formigão, responsável pelo núcleo, resumiu nossa madrugada com um verso certeiro de ladainha: "o pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada".

Foto: Henrique Gois de Melo

  Contramestre Formigão jogando com o Calça-Preta Alan

E foi bem isso mesmo. Tinha menos gente do que costuma ter, mas a energia foi muito diferente também. Acho que os deuses selecionaram quem estava com as melhores energias naquele dia e mandaram pro Sarau da Madrugada. Teve Capoeira, Samba de Roda, lançamento do livro "Obá Kossô", do escritor e capoeirista Walter Ramos Pereira Jr., exposição de xilografites do artista plástico Jonato, lançamento de sons autorais do músico Felipe Pedrosa, samba-reggae, forró.... Fora o cardápio, com burritos maravilhosos, com direito a versão vegetariana!


Aqui estão algumas fotos do evento. No dia 6 de novembro tem mais!!! Bora curtir mais uma madrugada cultural juntos? Até lá!

Para ver mais fotos da edição de outubro do Sarau da Madrugada, clique AQUI e AQUI. Se tirou foto, manda pra gente que a gente posta também.:)



















Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Paloma de Andrade Silva

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo



Foto: Henrique Gois de Melo


Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo

Foto: Henrique Gois de Melo