domingo, 21 de maio de 2017

Sarau da Madrugada de Maio - Sintonia


O Sarau da Madrugada de maio foi um daqueles saraus imprevisíveis. Começou com pouca gente, sem nos dar pistas do que viria a ser.  Ao longo da noite, foi encorpando, mudou de cenário várias vezes, ganhou vida e não houve programação que desse conta de ditar os rumos da nossa madrugada cultural. Ela se fez por conta própria, graças à presença e à contribuição de cada um@ de vocês. Sintonia do início ao fim. No dia 9 de junho tem mais! Vem fazer outro sarau lindo com a gente! <3




RODA DE CAPOEIRA

O Contramestre Fábio Formigão chamou no Gunga para a roda começar. Família Semente do Jogo de Angola reunida (núcleos Aeroporto, Grajaú e Limeira representados), camarás da FICA, Ilê Axé e do Grupo de Capoeira Angola Rainha presentes e o povo do sarau chegando aos poucos para assistir. No balanço bom da bateria e na sintonia dos jogos, até perdemos a hora.




SAMBA DE RODA

Uma pausa e algumas poesias para abrir os caminhos para o Samba de Roda. Aproveitamos a alegria e a força que acompanham essa tradição ancestral para comemorar o aniversário da Simone, que, além ser uma das capoeiristas mais antigas do grupo Semente, é mulher, mãe, guerreira e referência para tod@s nós!







CONVIDAD@S ESPECIAIS

*Caixa D'Água Posse - Discotecagem*




Os vinis do coletivo formado por Alan TzO, Marcelo Paes e Jah Caio tocaram ao longo de todo o sarau. Entre uma intervenção e outra no microfone aberto, a galera pôde escolher alguns sons, conhecer outros e viajar em todos. Um dos pontos altos foi a homenagem ao saudoso Almir Guineto.



O “palco” vazio, a gente em volta, a voz dele cantando “Caxambu” e a gente acompanhando na palma da mão. Para um sambista como ele não se faz um minuto de silêncio. Faz-se um belo samba, no mínimo. No fim da noite, uma intervenção mais longa, com uma sequência de reggae e brasilidades, colocou a gente para dançar.


*Identidade Oculta - Teatro*



Eles estavam em quatro, mas pareciam um corpo só. Balançando de um lado para o outro, com ritmo e barulho de mar, Alene Alves, Frank de Oliveira, Janaína Soares e Liliane Rodrigues foram entrando e preenchendo o espaço. Parte do mesmo corpo, Paulo Henrique Sant’ Anna aguardava lá dentro, criando trilha e clima com o violão e nos apresentando à Francisca, “menina matuta, desse tipo de gente que carrega o voo livre de um pássaro no peito…”.


Apresentaram um trecho de ‘Francisca Travessia’, um processo de criação em andamento. O grupo existe há 12 anos e tem “morada poética” na Associação Comunitária Cantinho do Céu.  Baseada em pesquisa sobre o livro ‘Grande Sertão: Veredas‘, de João Guimarães Rosa, a peça fez brotar lágrimas, silêncios, sorrisos, dores... Isso porque era só “um pedacinho” dela.


*Maayan Fogel - Exposição de Arte*



Quem chegava ao sarau logo se deparava com as artes da Maayan na parede. Nascida em Israel e atual moradora de São Paulo, ela, além de ser uma artista talentosa, é capoeirista do grupo Semente do Jogo de Angola e usa o balanço da Capoeira para desviar das dificuldades naturais de encarar um país com idioma e costumes tão diferentes dos dela. E tira de letra.


A Maayan apresentou seus tecidos, bolsas, pinturas e desenhos, alguns retratando momentos que vivemos em outros saraus. Marcou presença com sua arte, mas também fez bonito na roda e ainda deu show no microfone, cantando Trem das Onze, em português e em hebraico!


MICROFONE ABERTO


Entre as apresentações d@s convidad@s especiais, outras lindezas se manifestaram no microfone aberto. Poesia, música, recados, desabafos... Fizemos o nosso samba-reggae, que já é tradição no sarau, com o Preto Mendonça e outr@s camarás que sempre somam na batucada.


A noite seguiu até quase virar dia e finalizamos mais uma bela edição do nosso Sarau da Madrugada. Até dia 9/6, notívagos! Valeu por somar e construir! Veja aqui o álbum de fotos completo: https://tinyurl.com/albumsaraumaio2017





Estamos de volta!

Boa noite a tod@s!
Quase um ano depois... Estamos de volta!
De volta AO BLOG, porque as atividades no Semente do Jogo de Angola - São Paulo nunca param. Quem acompanha a nossa página no Facebook sabe que seguimos a todo vapor. Se ainda não nos acompanha lá, clique aqui e aqui. Enquanto isso, veja um pouco do que andou rolando por lá:





Abril/2016

 - Aniversário do Contramestre Formigão
https://tinyurl.com/ltqcqkp

Maio/2016

- Sarau da Madrugada - Aniversário Simone e Nayla
https://tinyurl.com/lwskc2c


Junho/2016

- Sarau da Madrugada -  Sarau + Arraiá do Semente
https://tinyurl.com/m6fzpub


Julho/2016

- Sarau da Madrugada
https://tinyurl.com/ltxhx3p


Agosto/2016 

- Seminário sobre o Mestre João Pequeno
https://tinyurl.com/lnlux5r

- Sarau da Madrugada 
https://tinyurl.com/kbpz9a2

- Semente São Paulo no Cedéga 10 anos (Campinas)
https://tinyurl.com/knsbte2

- Visita surpresa do Mestre Bigo
https://tinyurl.com/krte6r4


Setembro/2016 

- Vivência com o Mestre Jogo de Dentro
https://tinyurl.com/mbrt8m8

- Sarau da Madrugada - Aniversário de 4 anos
https://tinyurl.com/l4m3whs

- Entrevista para o Aonde é o Rolê?
https://tinyurl.com/mt4vnjv

- Samba do Semente no encontro SP Além da Poesia - Literatura de Vida
https://tinyurl.com/m9fhbf6


Outubro/2016

 - Samba do Semente no Festival África Viva
https://tinyurl.com/lvonh47

 - Seminário: Guerra do Paraguai e participação dos capoeiristas
https://tinyurl.com/n46vpv7

- Sarau da Madrugada
https://tinyurl.com/n8a4ytk


Novembro/2016

- Iê, Viva Zumbi! - 20 de Novembro
https://tinyurl.com/mm9lxg5


Dezembro/2016

- Vivência com o Mestre Jogo de Dentro
https://tinyurl.com/m4nv2fu


Janeiro/2017

-Primeira Roda do ano
https://tinyurl.com/moqdr3c


Fevereiro/2017

Sarau da Madrugada - Primeiro do Ano
https://tinyurl.com/ktp24a5


Março/2017

Sarau da Madrugada - Deixa as mina ____ em paz!
https://tinyurl.com/mzkeegn


Abril/2017

- Evento com Mestre Jogo de Dentro/Viagem Contramestre Formigão para Nova Zelândia
https://tinyurl.com/mafuo8z

- Sarau da Madrugada - Viva nossos mais velhos!
https://tinyurl.com/mha3nd7



Sarau da Madrugada de Maio/2016 - festejar o que é de verdade!

"Não para comemorar, mas para denunciar uma vez mais a mentira cívica que essa data representa" (Abdias Nascimento)

Fotos: https://tinyurl.com/lwskc2c

O a edição de maio do Sarau da Madrugada caiu em pleno dia 13. A data é simbólica no calendário oficial, mas sabemos bem que n
ão há nada para celebrar nesta data quanto à liberdade do povo negro, já que essa liberdade ainda não foi conquistada. Mas, todo Sarau da Madrugada é uma grande festa e esse não foi diferente. Afinal, para além da mentira cívica, tínhamos motivos para celebrar algo verdadeiro: o aniversário da Calça Preta Simone e da Nayla, alunas do grupo Semente do Jogo de Angola e integrantes da organização do Sarau da Madrugada. Mulheres na luta e na resistência pela Capoeira e pela Cultura! 

Ao longo da noite, outros aniversariantes parceiros de luta apareceram para celebrar junto, recebemos visitas ilustres, a Roda de Capoeira esquentou, o Samba de Roda ferveu, a poesia fluiu, a batucada comeu solta e a festa foi longe. Nem a chegada do Sol brecou a gente. E, como um mês passa voando, amanhã tem muito mais no Sarau da Madrugada + Arraiá do Semente! Festa em dobro! Com muita quentura pra afastar o frio. Traz o casaco que a canjica, o quentão, o vinho quente e o FERVO a gente garante. ;)  

RODA DE CAPOEIRA E SAMBA DE RODA

A Roda de Capoeira foi mais que especial! Tivemos a honra de receber o Mestre Bigo (Acadêmia de Capoeira Angola Ilê Axé) e o Mestre Zequinha (Escola de Capoeira Raiz de Angola, Piracicaba). Mestre na Roda é sempre uma oportunidade única de aprendizado. Acompanhados por seus alunos, os dois jogaram, cantaram e enriqueceram a Roda com muito axé. 

Contamos também com a presença de camarás de outras famílias de Capoeira, como Angoleiro Sim Sinhô e Nova Geração de Angola, e visita direto da Nova Zelândia. Jogos bonitos, grandes aprendizados e muita energia para alimentar corpo, mente e alma de quem ama a Capoeira Angola.


Na sequência, veio o Samba de Roda. Começou devagarinho, foi esquentando aos poucos e atingiu aquele ponto de só parar porque deu a hora. Senão... No sapateado miudinho, abrimos caminho para as outras artes que ali se manifestaram naquela noite.

MICROFONE ABERTO

No microfone, poesias e músicas fluindo. Integrantes de saraus irmãos, parceiros de luta, camaradas de Capoeira, família toda reunida pra curtir a madrugada. 

O axé sempre se faz presente no nosso sarau, mas estava ainda mais forte desta vez. Quem é de sentir, sentiu. Mais que uma reunião de pessoas queridas, rolou uma reunião de energias incríveis. 

Os tambores reagiram e falaram alto a noite toda, embalando os cantos e a dança, silenciando apenas para ouvir as poesias.  


CONVIDADOS ESPECIAIS

Umoja

Ao soar do agogô, o pandeiro, a alfaia, as congas e outros instrumentos foram se apresentando um a um. Com a bateria formada, os dançarinos foram chegando, num passo lento e cadenciado, tomando o espaço e os olhares atentos. Abriram os trabalhos cantando para Exu e seguiram saudando os Orixás.

"Tempos terríveis nos aguardam, senhoras e senhores", disse Euler. "Rezamos e sambamos", completou, antes de emendar um coco que colocou todo mundo para dançar. E o grupo foi emendando um som no outro, sem dar trégua pra esfriar.

A batucada rolou bonita e os pedidos de bis conseguiram prolongar um pouquinho mais a apresentação. O grupo agradeceu e convidou todos para Noite dos Tambores.


Odilon Soares e Banda

Rolou um intervalo poético entre a apresentação do UMOJA e a do Odilon Soares, mas o músico abriu a participação dele na mesma vibe boa do grupo anterior, cantando "É D'Oxum, acompanhado por Eliel Franklin (violão e voz) e Danilo (cajón e conga). Vendo o pessoal sentado, ele parou. "Vocês sabem quem é mamãe Oxum? Então, levanta!", e retomou a canção, intercalando com "Caminhos do Mar", para Yemanjá.

A partir daí, veio Jorge Ben Jor, Clara Nunces, Djavan, Ivan Lins, Gil, Ed Motta e, para encerrar lá no alto, "Taj Mahal" e "Descobridor dos Sete Mares" intercaladas.

Depois da apresentação, o Franklin, que mora em Fortaleza, voltou ao microfone e falou sobre o Sarau da Madrugada: "essa energia é contagiante demais e o Brasil precisa disso. Em são Paulo, o negro olha no olho do branco. Em outros Estados, isso ainda está muito errado. Ele se sente inferior. Essa força do negro em São Paulo precisa ser divulgada".

Lisandra Borges

Integrante do Umoja, a Lisandra voltou ao "palco" do sarau para se apresentar novamente, agora com poesia. Mandou logo a primeira, em alto e bom som: "eu não me envergo mais pra branquitude que me açoita! (...) Eu altero a voz sim, e me imponho contra você. (...) Machista, racista, sobre nós não vai passar!".

Na sequência, mandou uma falando de amor e uma que está no livro do Sarau Preto no Branco, que acontece sempre no último sábado do mês. "Pela fase que a gente tá vivendo, a gente tem que fazer o que a gente gosta mesmo: dançar, pixar, grafitar.. Senão a gente pira", comentou.

Ela ainda recitou uma poesia falando que o lugar da mulher é onde ela quiser e finalizou cantando.