quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Sarau da Madrugada de Agosto – Vozes da mulher negra!

A edição de agosto do Sarau da Madrugada teve vários pontos altos, mas ficou marcada pelos versos e depoimentos de mulheres negras empoderadas, que enriqueceram a nossa madrugada.

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto


Roda de Capoeira e Samba de Roda 

Nossa noite no espaço Olorum, onde o Contramestre Fábio Formigão realiza as atividades do núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo Semente do Jogo de Angola, começou com a Roda de Capoeira! Alunos do grupo e camarás de outras famílias de Capoeira chegaram para jogar, aprender e ensinar.


Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto
O Samba de Roda veio na sequência, para fortalecer ainda mais a energia! E não havia como ser diferente. Nosso samba sementeiro contou com a presença do Contramestre Pedro Peu e do Preto Mendonça, do grupo Angoleiro Sim Sinhô, do pessoal do TUCA (Tenda de Umbanda Catarina dos Anjos, Boiadeiro Serapião e Caboclo Guaraci das Matas Virgens) e de grande parte da família Sarau da Madrugada!

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Microfones abertos e convidados especiais

A casa estava cheia! A timidez ameaçou falar mais alto, mas era muito talento reunido. Trocamos poesias, músicas, histórias e energias. 

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto


Débora Garcia - "Minha primeira coroa é o meu cabelo crespo!"
  
A Débora Garcia foi a primeira convidada especial da noite a se apresentar. Lançando "Coroações - Aurora de Poemas", livro dedicado à sua avó, ela falou sobre a obra independente e sobre a sua trajetória de descobertas, desde que iniciou seu contato com os saraus e com a literatura periférica.


Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

 "Há seis anos, me descobri mulher, negra e poetisa nos saraus", disse. "A literatura que nos apresentam é muito dura, com pessoas que já morreram. Com o acesso à literatura de periferia, tive a oportunidade de tirar os escritores daquele pedestal. Todos nós somos escritores em potencial!", completou.

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

A poetisa explicou que o livro não fala diretamente sobre ela, mas traz muito das suas vivências como mulher negra. Entre as poesias, a Débora recitou "Quilombo", feita para a sua família, e saudou a casa: "aqui eu sinto que é um quilombo". 

Coletivo DiadeNega - "Eu, mulher preta periférica, resisto!"

 A apresentação do DiadeNega começou com um solo de dança. As outras meninas do coletivo se misturaram entre o público e foram se manifestando uma de cada vez, em uma  performance teatral e poética. Interagindo com quem assistia, elas fizeram pequenos monólogos sobre a realidade das mulheres negras. 

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto


Estavam ali representadas a solidão da mulher negra, muitas vezes procurada apenas para o sexo, as filhas de mulheres negras periféricas que se questionam se há um destino para elas que seja diferente do que suas mães sofreram, a mãe preta periférica que tem de "escolher entre o dinheiro da passagem e o danone que sua filha tanto gosta", a mãe preta periférica que teve seu filho morto pelo sistema opressor, entre outras realidades.

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

No final, elas contaram não ensaiaram antes de fazer a intervenção e que todas aquelas histórias aconteceram com elas ou com mulheres negras que elas conhecem. "Essa é a nossa verdade, é a nossa luta diária de mulher negra". 

DJ Erry-g

O DJ Erry-g assumiu o comando do som e abriu os caminhos para todo mundo dançar. Ele mandou soul, disco, funk, samba-rock, MPB, tudo com direito a pausas pra galera cantar. O sarau já estava se encaminhando para o encerramento e o DJ ajudou a fechar nossa madrugada cultural com chave de ouro. 

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto


Antes de se despedir, ele convocou os tambores para somar os sons. Quando os tocadores assumiram os instrumentos (atabaque, conga, alfaia, pandeiro, caixa e outros), o DJ improvisou com eles e, aos poucos, foi diminuindo o volume do som, até sobrar só a batucada.

Samba-reggae

Com a deixa do DJ Erry-g, bastou manter a levada para começar o samba-reggae, com o Contramestre Formigão relembrando músicas de resistência e fazendo todo mundo cair na dança de novo. E o sarau terminou assim... todo mundo molhado de suor e banhado de felicidade. 

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto


Foto: Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto

FOTOS DO SARAU

Além das fotos que postamos, vocês podem conferir outras belas imagens:

Registros de Thiago Borges, Nene Surreal e Sol Bentto > clique aqui

Se você também registrou imagens da nossa madrugada, publique no grupo do Sarau da Madrugada ou mande para o perfil do Semente que a gente posta! ;)


CONHEÇA MAIS SOBRE O NOSSO TRABALHO

Grupo de Capoeira Semente do Jogo de Angola > clique aqui

Núcleo Aeroporto/Interlagos do grupo Semente do Jogo de Angola > clique aqui

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