RODA DE CAPOEIRA E SAMBA DE RODA
Casa preparada, Roda formada e tudo pronto para mais uma
sexta-feira de celebração no Semente. Para abrir os trabalhos, o
Contra-MestreFormigão, dono e cumeeira da casa, montou a bateria e deixou que ela soasse
bastante, para esquentar. Depois, chamou a Nayla, sua aluna e aniversariante do
dia, para cantar uma ladainha. A voz embargada de emoção (depois de ouvir belas
palavras de seu pai de Capoeira) e trêmula de vergonha entoou “Estrela da Minha
Vida”, do
Mestre Jogo de Dentro. Depois, um corrido do mesmo compositor: “Pelo
Sinal da Santa Cruz”, para pedir benção e agradecer a oportunidade de estar na
família, de se sentir em família, com todo o axé da Roda do Semente.
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Comemoração do aniversário da Nayla |
A roda contou com alguns visitantes, como a Aninha de Limeira, que
também cantou uma ladainha do Mestre Jogo de Dentro ("Deus do Céu"), dois alunos do
Contra-Mestre Cenorinha, a Thaís, aluna do Mestre Marrom e namorada
do Ferran, e a Juliana Fonseca, que se rendeu de vez à Capoeira e somou mais uma vez. Os presentes
eram poucos, mas a energia do evento se mostrou poderosa desde o início. Destaque
para a dona Vitória, que está chegando agora e treinando com compromisso. O
resultado da dedicação apareceu no jogo.
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Aninha canta ladainha antes de jogar com o Ferran |
Ao final da vadiação, o Samba de Roda. Normalmente, a essa altura,
em dia de Sarau da Madrugada, a casa está começando a encher. Mas, a história
foi diferente dessa vez. O espaço não lotou em nenhum momento, mas isso já
havia acontecido
em um passado recente e a experiência, na ocasião, acabou sendo mais que positiva. Nesse
sentido, sim, a história se repetiu. Durante o samba, ainda chegou o pessoal do
Cumbuca Maria, convidados especiais do sarau. Clima caseiro é bom por isso!
Chegaram e já somaram na bateria do samba.
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Samba do Semente reforçado pelo pessoal do Cumbuca e pelo Marcelo |
SARAU DA MADRUGADA
O Sarau da Madrugada começou com Alan Zas, Calça Preta do Semente
e músico de valor. Mandou “Lamento Sertanejo”, de Dominguinhos. Bonito! Depois
comentou sobre o abandono de crianças, tanto das mais ricas quanto das menos
abastadas, por motivos diferentes, e cantou “Relampiano”, do Lenine, trilha sonora
perfeita para continuar a reflexão em pensamento.
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Alan Zas abre os trabalhos
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Na sequência, Bibo Quesada,
organizador do
Sarau do Vinil, recitou “Efeito Dominó”, de sua autoria.
“Mulher nasceu, nem bem cresceu, já concebeu uma vida...”. Fez pensar ainda
mais. Para completar o momento de consciência, o Alan voltou e comentou o “discurso
preocupante” de muitas pessoas a favor da redução da maioridade penal. Lembrou que,
para chegarem onde chegam, os menores infratores foram privados de uma série de elementos,
como educação, igualdade social, e outras coisas que não interessam à elite
dividir.
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Bibo Quesada, "Efeito Dominó"
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Cumbuca Maria
Com os cérebros alimentados e em fervor reflexivo, era hora de por
o corpo para mexer também. O Cumbuca Maria, que é de Itacaré (BA), chegou falando sobre a falta de
identidade cultural e convocando, logo depois, as pessoas a dançarem. “Quem não
dança segura a criança! E olha que eu estou dançando e segurando criança”,
brincou Jú Maracá, grávida de um bebê que, certamente, nascerá transbordando
musicalidade. Jú Maracá e seu companheiro Marcelo Xino são os integrantes fixos do grupo, que veio acompanhado de um percussionista e
de um flautista, amigos aqui de SP.
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Cumbuca Maria
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E foi coco, e foi carimbó, e foi forró, e foi ciranda, e foi “cumbucofonia”
de tudo que é tipo. E quem disse que o povo dava trégua para a banda? E quem que
disse que a banda dava trégua para o povo? Nada! Incendiaram a galera e acabou
virando show. Satisfação enorme do Sarau da Madrugada em poder contar com um
grupo de tamanha qualidade. Para quem quiser saber mais sobre o Cumbuca, sugiro
uma visita ao
site oficial, ao
Facebook e ao
Myspace da dupla de mais de dois.
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Ciranda cumbucofônica
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Microfones abertos
A cada intervalo entre apresentações, um anúncio da novidade do sarau:
o “crepe suzinho”! Prato exclusivo da casa, cuidadosamente preparado pelo nosso
chef Ferran Riera.
Marcelo Lavrador assumiu o violão e cantou músicas de sua autoria.
A Mariana Timbó, aluna do grupo, aproveitou a carona e se juntou a ele. Já no
teste de som ela agradou. Vozeirão! Depois foram chegando novos companheiros e
a banda tava formada! Já disse: no Sarau da Madrugada é assim mesmo e não muda
nada.
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E a dupla mandou mais umas "boas pedradas"
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Para honrar o sarau, a apresentação seguinte foi do Contra-Mestre
Formigão. Sim, do nosso contra! Falou um pouco sobre Zumbi e recitou belos
versos sobre o guerreiro negro: “viva Zumbi, o guerreiro de Palmares! Transformou
sua vida em sangue pela sua liberdade”. Depois, com o Gunga em punho e a
companhia de Simone, sua esposa, no pandeiro, chamou no toque seus alunos Alan
e Perninha para vadiarem e mostrarem um pouco do trabalho que se desenvolve na
casa para o pessoal do sarau. Ao som de “ai ai, aidê", jogaram bonito para
o povo aprender.
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Contra Mestre e seus alunos
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Jâniffa Alves
Tem convidado especial que já era convidado e especial muito antes
de ir para o cartaz. É o caso da
Jâniffa. Marcou presença nas duas edições
anteriores, dançou, somou, participou do café da manhã dos sobreviventes e até
na limpeza a moça colaborou. Já estava mais do que na hora de conhecermos seu
trabalho.
Ela foi anunciada pelo Alan, que contou que a conheceu no Sarau do
Vinil. “Eu sou a trilha?”, ele perguntou. E era. Dedilhou enquanto a Jâniffa
recitava: “uma vez eu irei...”. A performance era simples e envolvente. Versos
ditos com calma, com emoção, com olhares, e, nas mãos, um papel com palavras
escritas, que ficavam à mostra conforme as dobraduras que ela foi fazendo. A
forma quadrada virou barco, o barco virou coração, o coração virou folha aberta
e o silêncio do fim da apresentação virou aplauso.
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Jâniffa Alves |
Microfones Abertos
Ao final da participação da Jâniffa, o Alan se manteve no violão e
cantou “Paciência”, do Lenine. Depois dele, foi a vez do Rafael Emílio. Mais
uma vez presente, mais uma vez somando e com cada vez mais “gritinhos” ao ser
anunciado. Cantou Djavan, “Menina Bahia” (de sua autoria) a pedidos, e citou
seu CD “Mãe Natura”. Era um álbum de seis músicas, mas outras composições já
ficaram prontas e ele aproveitou para mostrar uma delas, “Minha Cara”.
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Rafael Emílio mandou as suas, sempre certeiras |
Reeditando a apresentação da edição anterior, chamou a Nayla para um novo dueto.
Não tão novo assim, na verdade. “A gente vai repetir a música do sarau passado.
Porque a gente gosta”, ela avisou. E mandaram “Um a Um”, dos Tribalistas. Na
sequência, “Rua do Passo”, música composta em parceria pela dupla, que também
já tinha rolado no anterior, mas valeu a pena de novo. Uniram-se à dupla o Alan
e a Letícia e os encontros musicais seguiram.
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Rafael e Nayla, "Um a Um" |
A Andressa também chegou junto. Dessa vez, sem papel na mão, para
recitar uma poesia que sabia de cor. Como nem tudo que o coração sabe ele
consegue expressar, a memória falhou e ela precisou interromper no meio. Mas
nem por isso recebeu menos aplausos que nas outras vezes.
Daí para frente veio o tradicional “Baile da Madrugada”. Que nem
tinha esse nome, mas pode ganhar depois de uma legenda criativa nas fotos. Todo
sarau abre espaço para um forrozinho. Normalmente, sob o comando do Alan. Para
que mudar uma tradição tão gostosa? Forrozeamos!
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O tradicional baile da Madrugada
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No alto da madrugada, presenças ilustres surgiram na casa. Carioca
(Fred Costa), Denis Melito, Nina Di Cicco e Felipe Firmo. Todos caíram no som!
Cada um na sua especialidade.
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Fred Costa, Nayla e Denis Melito |
Sabe aquele verso: “Sol, pelo amor de Deus, não vem agora que as
morenas vão logo embora”? Pois é, valia para o samba na Vila Isabel, mas para o
Sarau da Madrugada nem tanto... Morenas e loira ignoraram o nascer do astro rei
e desatinaram a cantar. Juliana, Helena, Nayla e Letícia, cada uma lembrando
uma música para fazer ali, naquele esquema voz e tumbadoras. Os meninos estavam
gostando, mas viram que a empolgação não passava e adiantaram a limpeza e tudo
mais. Foi preciso um basta, senão o café da manhã não ia rolar.
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Elas desatinaram... |
Mais um café da manhã no Bandeirantes, mais um Sarau da Madrugada concluído com
sucesso, mais uma Roda de Capoeira cheia de dendê no Semente, mais uma
primavera da Nayla, mais uma sexta-feira incrível, mais um dia para agradecer.
Nos vemos dia 7 de junho em mais um sarau, com presenças ótimas já confirmadas.
Quem chega para somar está em casa. Até dia 7, notívagos!
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