sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sarau da Madrugada de Maio


RODA DE CAPOEIRA E SAMBA DE RODA

Casa preparada, Roda formada e tudo pronto para mais uma sexta-feira de celebração no Semente. Para abrir os trabalhos, o Contra-MestreFormigão, dono e cumeeira da casa, montou a bateria e deixou que ela soasse bastante, para esquentar. Depois, chamou a Nayla, sua aluna e aniversariante do dia, para cantar uma ladainha. A voz embargada de emoção (depois de ouvir belas palavras de seu pai de Capoeira) e trêmula de vergonha entoou “Estrela da Minha Vida”, do Mestre Jogo de Dentro. Depois, um corrido do mesmo compositor: “Pelo Sinal da Santa Cruz”, para pedir benção e agradecer a oportunidade de estar na família, de se sentir em família, com todo o axé da Roda do Semente.

Comemoração do aniversário da Nayla
A roda contou com alguns visitantes, como a Aninha de Limeira, que também cantou uma ladainha do Mestre Jogo de Dentro ("Deus do Céu"), dois alunos do Contra-Mestre Cenorinha, a Thaís, aluna do Mestre Marrom e namorada do Ferran, e a Juliana Fonseca, que se rendeu de vez à Capoeira e somou mais uma vez. Os presentes eram poucos, mas a energia do evento se mostrou poderosa desde o início.  Destaque para a dona Vitória, que está chegando agora e treinando com compromisso. O resultado da dedicação apareceu no jogo.


Aninha canta ladainha antes de jogar com o Ferran
Ao final da vadiação, o Samba de Roda. Normalmente, a essa altura, em dia de Sarau da Madrugada, a casa está começando a encher. Mas, a história foi diferente dessa vez. O espaço não lotou em nenhum momento, mas isso já havia acontecido em um passado recente e a experiência, na ocasião, acabou sendo mais que positiva. Nesse sentido, sim, a história se repetiu. Durante o samba, ainda chegou o pessoal do Cumbuca Maria, convidados especiais do sarau. Clima caseiro é bom por isso! Chegaram e já somaram na bateria do samba.

Samba do Semente reforçado pelo pessoal do Cumbuca e pelo Marcelo

SARAU DA MADRUGADA

O Sarau da Madrugada começou com Alan Zas, Calça Preta do Semente e músico de valor. Mandou “Lamento Sertanejo”, de Dominguinhos. Bonito! Depois comentou sobre o abandono de crianças, tanto das mais ricas quanto das menos abastadas,  por motivos diferentes, e cantou “Relampiano”, do Lenine, trilha sonora perfeita para continuar a reflexão em pensamento.

Alan Zas abre os trabalhos



Na sequência, Bibo Quesada, organizador do Sarau do Vinil, recitou “Efeito Dominó”, de sua autoria. “Mulher nasceu, nem bem cresceu, já concebeu uma vida...”. Fez pensar ainda mais. Para completar o momento de consciência, o Alan voltou e comentou o “discurso preocupante” de muitas pessoas a favor da redução da maioridade penal. Lembrou que, para chegarem onde chegam, os menores infratores foram privados de uma série de elementos, como educação, igualdade social, e outras coisas que não interessam à elite dividir.
Bibo Quesada, "Efeito Dominó"

Cumbuca Maria

Com os cérebros alimentados e em fervor reflexivo, era hora de por o corpo para mexer também. O Cumbuca Maria, que é de Itacaré (BA), chegou falando sobre a falta de identidade cultural e convocando, logo depois, as pessoas a dançarem. “Quem não dança segura a criança! E olha que eu estou dançando e segurando criança”, brincou Jú Maracá, grávida de um bebê que, certamente, nascerá transbordando musicalidade. Jú Maracá e seu companheiro Marcelo Xino são os integrantes fixos do grupo, que veio acompanhado de um percussionista e de um flautista, amigos aqui de SP.

Cumbuca Maria

E foi coco, e foi carimbó, e foi forró, e foi ciranda, e foi “cumbucofonia” de tudo que é tipo. E quem disse que o povo dava trégua para a banda? E quem que disse que a banda dava trégua para o povo? Nada! Incendiaram a galera e acabou virando show. Satisfação enorme do Sarau da Madrugada em poder contar com um grupo de tamanha qualidade. Para quem quiser saber mais sobre o Cumbuca, sugiro uma visita ao site oficial, ao Facebook e ao Myspace da dupla de mais de dois. 

Ciranda cumbucofônica

Microfones abertos

A cada intervalo entre apresentações, um anúncio da novidade do sarau: o “crepe suzinho”! Prato exclusivo da casa, cuidadosamente preparado pelo nosso chef Ferran Riera.

Marcelo Lavrador assumiu o violão e cantou músicas de sua autoria. A Mariana Timbó, aluna do grupo, aproveitou a carona e se juntou a ele. Já no teste de som ela agradou. Vozeirão! Depois foram chegando novos companheiros e a banda tava formada! Já disse: no Sarau da Madrugada é assim mesmo e não muda nada.

E a dupla mandou mais umas "boas pedradas"

Para honrar o sarau, a apresentação seguinte foi do Contra-Mestre Formigão. Sim, do nosso contra! Falou um pouco sobre Zumbi e recitou belos versos sobre o guerreiro negro: “viva Zumbi, o guerreiro de Palmares! Transformou sua vida em sangue pela sua liberdade”. Depois, com o Gunga em punho e a companhia de Simone, sua esposa, no pandeiro, chamou no toque seus alunos Alan e Perninha para vadiarem e mostrarem um pouco do trabalho que se desenvolve na casa para o pessoal do sarau. Ao som de “ai ai, aidê", jogaram bonito para o povo aprender.  

Contra Mestre e seus alunos


Jâniffa Alves

Tem convidado especial que já era convidado e especial muito antes de ir para o cartaz. É o caso da Jâniffa. Marcou presença nas duas edições anteriores, dançou, somou, participou do café da manhã dos sobreviventes e até na limpeza a moça colaborou. Já estava mais do que na hora de conhecermos seu trabalho.

Ela foi anunciada pelo Alan, que contou que a conheceu no Sarau do Vinil. “Eu sou a trilha?”, ele perguntou. E era. Dedilhou enquanto a Jâniffa recitava: “uma vez eu irei...”. A performance era simples e envolvente. Versos ditos com calma, com emoção, com olhares, e, nas mãos, um papel com palavras escritas, que ficavam à mostra conforme as dobraduras que ela foi fazendo. A forma quadrada virou barco, o barco virou coração, o coração virou folha aberta e o silêncio do fim da apresentação virou aplauso.
Jâniffa Alves

Microfones Abertos

Ao final da participação da Jâniffa, o Alan se manteve no violão e cantou “Paciência”, do Lenine. Depois dele, foi a vez do Rafael Emílio. Mais uma vez presente, mais uma vez somando e com cada vez mais “gritinhos” ao ser anunciado. Cantou Djavan, “Menina Bahia” (de sua autoria) a pedidos, e citou seu CD “Mãe Natura”. Era um álbum de seis músicas, mas outras composições já ficaram prontas e ele aproveitou para mostrar uma delas, “Minha Cara”.
Rafael Emílio mandou as suas, sempre certeiras
Reeditando a apresentação da edição anterior, chamou a Nayla para um novo dueto. Não tão novo assim, na verdade. “A gente vai repetir a música do sarau passado. Porque a gente gosta”, ela avisou. E mandaram “Um a Um”, dos Tribalistas. Na sequência, “Rua do Passo”, música composta em parceria pela dupla, que também já tinha rolado no anterior, mas valeu a pena de novo. Uniram-se à dupla o Alan e a Letícia e os encontros musicais seguiram.
Rafael e Nayla, "Um a Um"
A Andressa também chegou junto. Dessa vez, sem papel na mão, para recitar uma poesia que sabia de cor. Como nem tudo que o coração sabe ele consegue expressar, a memória falhou e ela precisou interromper no meio. Mas nem por isso recebeu menos aplausos que nas outras vezes.

Daí para frente veio o tradicional “Baile da Madrugada”. Que nem tinha esse nome, mas pode ganhar depois de uma legenda criativa nas fotos. Todo sarau abre espaço para um forrozinho. Normalmente, sob o comando do Alan. Para que mudar uma tradição tão gostosa? Forrozeamos!

O tradicional baile da Madrugada

No alto da madrugada, presenças ilustres surgiram na casa. Carioca (Fred Costa), Denis Melito, Nina Di Cicco e Felipe Firmo. Todos caíram no som! Cada um na sua especialidade.


Fred Costa, Nayla e Denis Melito

Sabe aquele verso: “Sol, pelo amor de Deus, não vem agora que as morenas vão logo embora”? Pois é, valia para o samba na Vila Isabel, mas para o Sarau da Madrugada nem tanto... Morenas e loira ignoraram o nascer do astro rei e desatinaram a cantar. Juliana, Helena, Nayla e Letícia, cada uma lembrando uma música para fazer ali, naquele esquema voz e tumbadoras. Os meninos estavam gostando, mas viram que a empolgação não passava e adiantaram a limpeza e tudo mais. Foi preciso um basta, senão o café da manhã não ia rolar.
Elas desatinaram...
Mais um café da manhã no Bandeirantes, mais um Sarau da Madrugada concluído com sucesso, mais uma Roda de Capoeira cheia de dendê no Semente, mais uma primavera da Nayla, mais uma sexta-feira incrível, mais um dia para agradecer. Nos vemos dia 7 de junho em mais um sarau, com presenças ótimas já confirmadas. Quem chega para somar está em casa. Até dia 7, notívagos!





Com parceiros e camarados diversos


E o samba veio na sequência


Aninha, "jogando duro
no samba"
pandeiro, cavaquinho e as congas

... "na palma da mão querm quiser vadiar...

...vadeia daqui, vadeia de lá"..


A aniversariante entrou na roda

"Fiquem a vontade:
Vai começar o Sarau"

Com direito ao "Crepe Suzinho"

Um "esquenta improvisado" pra iniciar

O Chef dos Crepes, Ferran

Sabores pra variados gostos



A "repórter mais repórter de todas as repórteres",
fazendo seu clássico registro

E o Cumbuca Maria chegou
equilibrando e versando
(Jú Maracá)

Melodias e ritmos populares e empolgantes
(Marcelo Xino)

Rafael Emílio foi pros pincéis

A percussão que dá o "requebrado"


As meninas se soltaram e balançaram

Os meninos, ainda estavam tímidos

O Cumbuca foi variando e empolgando

Tabores e marcação, nos pés e coração

"Da licença", que o Chef foi dançar

E o arrasta pé foi desenrolando

Cumbucofonia

Cumbucoterapia

E veio a Ciranda


Marcelo Lavrador chegou
O violão e mandou bem

Versou, tocou belas melodias e canções
de sua autoria


A Mariana Chegou encantando com seu sorriso


E como o "Da Madrugada" é cheio de interações,
lá estava a "banda formada"

O Contra Mestre Formigão chegou no Microfone
e falou da Capoeira no Sarau

"Que o Capoeirista tem a mentalidade pra tudo"
(Mestre Pastinha)

E veio da Ladainha


E o jogo da Capoeira

"Troca a mão pelos pés e os pés pelas mãos"

Janiffa Alves trouxe Clarice Lispector ao Sarau


E fez pensar sobre a Vida (E a Morte?)

As meninas gostaram



O Rafa cantou com a Nayla, que cantou com o Rafa, e ambos encataram
os presentes...


Ai o Alan chegou pra acompanhar
E a concentração ficou ainda maior

Enquanto isso, tinha Crepe...

Pinturas


E o baile estava "florido"

































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